segunda-feira, 15 de junho de 2009

3...2...1...Goaaaaaa

Cumpriamos mais uma vez, a saída dos Emirados devido à expiração do nosso visto. No entanto, escolheriamos desta vez, um destino um pouco mais longe, em concreto - região outrora colónia Portuguesa - Goa.
Aproveitando o 10 de junho, e com a permissão do nosso simpático Delegado, decidimos passar 5 dias e 4 noites naquela que seria, sem dúvida, uma das grandes aventuras das nossas vidas.
De pessoas amigas ouviamos maravilhas daquela terra, da história, da arquitectura, das praias, do custo de vida, entre muitas outras que passarei a citar ao longo deste post.
Apenas a uma semana de viajar, e por telefone, marcamos o nosso Hotel - Ronil Beach Resort, em Baga (norte de Goa), pela modesta quantia de apenas 16€/noite e bed and breakfast,incluído.
Este resort, foi nos indicado por um goês Daniel, que uns dias antes da viagem e pura das coincidências apareceu no escriório do Dubai e indicou-nos locais que seriam de paragem obrigatória em Goa.

A partida - Terça Feira, 9 Junho pelas 14h

De mala feita e mochila às costas, davamos entrada no aeroporto internacional do Dubai, para uma viagem de três horas, aproximadamente, pela Indian Airlines.
Eis que surge um problema gravíssimo...Após o check-in, e no controle dos passaportes, os àrabes repararam que o nosso visto tinha expirado no dia 5 junho de 2009 e sendo assim teriamos de pagar uma multa pelo Overstay nos Emirados, de 4 dias. Com apenas 12000 Indian Rupies no bolso, 200 euros, vimo-nos os três obrigados a pagar 100 euros de multa. Lindo...Bonito serviço!!!


3...2...1...Gooaaaaaaa


Chegamos ao aeroporto de Goa, por volta das 19he mal demos entrada, encontramos todos os funcionários de máscaras... Placards de aviso - Controlo de Gripe Suína. Havia um médico de serviço, que logo se prontificou a tirar a temperatura a todos os passageiros...36º. "Estou óptimo, pá!!!".
A distância do aeroporto ao Resort eram uns 44 Kms...toca a chamar um táxi, uma mini-hiace!!!
Pelo caminho, iamos vendo pouca coisa...A noite era escura, as estradas muito pouco iluminadas, recheadas de lombas e buracos, mas eis que conseguimos reparar os primeiros vestigios portugueses...os nomes das casas, tascas e restaurantes..."Flor do Campo", "Gajas Restaurante Bar", etc...Que alegria contagiante, que saudades de Portugal! Após quase uma hora de viagem a 60 km/h, chegamos ao nosso Resort, que por sinal era bastante bom...A julgar pelo preço é de admirar, não?
Rapidamente, pousamos as malas e fizemo-nos logo à estrada...grande jantarada no Tito's, acompanhando com umas kingfisher's (cerveja local) aproveitavamos bem o nosso primeiro dia de descanso.
Uma pequena informação para aqueles que não sabem...Goa em tempos era uma região, com paragem obrigatória da comunidade hippie dos anos 60's e 70's, pois era conhecida pela facilidade de se encontrar e consumir uma diversidade de drogas, sem quaisquer problemas e também pelas festas organizadas junto às praias.
Actualmente essa comunidade hippie desapareceu em grande percentagem, apesar de que por vezes podemos ver alguns passearem nas suas motas, com um ar descontraído e despreocupado...Momentos Zen!!! Pelas ruas de Goa, a qualquer hora do dia, há jovens nas ruas tentando vender substâncias ilegais, desde o haxixe, à cocaína, do LSD à branca, enfim!
Por falar em motas, aí está uma grande ideia que tivemos...Bem cedinho, logo pela manhã, alugamos uma scooter cada um, para 3 dias de loucura pela costa goesa...Vejam bem... Pela modesta quantia de 6€ os 3 dias, alugamos as scooters...Mais barato que isto não conheço outro lugar no mundo, que pratique estes preços tão vertiginosos.
E assim foi, partimos em direcção a Goa Velha, local outrora governado e catolicizado pelos portugueses até 1961. A igreja de S. Francisco de Xavier, a Sé e a Basílica ainda são locais frequentes de turistas de todo o mundo, peregrinos que de 10 em 10 anos se dirigem a Goa Velha para verem o corpo de S. Francisco de Xavier fora do túmulo...uhhhhh

Igreja S. Francisco de Xavier

Curioso, para além deste monumentos históricos com um especial sabor tuga, também as casas tinham essa particularidade ao nível da construção, lembrando muitas vezes as casas coloridas de algumas zonas interiores do nosso país.



Em goa, o manto é verde...transpira natureza, uma selva urbana...onde as vacas são sagradas e tresloucadas, que por vezes dão origem a acidentes nas estradas.
As paisagens são qualquer coisa de perder de vista, podendo-se aproveitar o grande pôr-do-sol sobre o grande Oceano Índico, no cimo da falésia na praia de Baga.

Momentos Kodak





...uma imagem vale mais que mil palavras...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Next Stage: "who knows..."

Para qualquer cidadão estrangeiro com visto de turista (30 dias) a viver e/ou trabalhar no dubai, deverá sair e entrar novamente nos emirados. Em virtude de tal acontecimento, e visto passar por esta situação chata, abandonei esta terra arábica e planeamos ir até Omã, mais precisamente Muscat.

27.03.2009 - Road trip: o'Man...


Aproveitando o fim de semana, arrancamos logo pela manhã, bem cedinho, ainda com a remela no olho, da noite anterior.



5 longas horas...140 km/h...e 35º graus à sombra.

A saída do Dubai foi um pouco estranha, pois iriamos deixar para trás, a monstruosidade e envergadura dos seus emblemáticos edifícios, para um contraste paisagístico rodeado de montanhas e montanhas...Por momentos, fez recordar as viagens que fazia quando era miúdo na estrada velha que ligava o Fundão ao Ninho do Açôr, uma pequena aldeia a 20 km de Castelo Branco, embora se registe algumas pequenas diferenças:

  • a estrada era aos "S's" e não se avistavam camelos
1º Checkpoint: com apenas uma hora e meia de viagem entramos no território de Oman. Mais uns carimbos/hieróglifos a juntar ao meu passaporte.

Após tratarmos da papelada toda correspondente à entrada em Oman...seguimos viagem com um nó no estômago...A fome apertava e era urgente parar no primeiro tasco que surgisse.

E assim foi...Paramos num restaurante/churrascaria/ snack bar, à face da estrada...Entramos, encostamo-nos a um canto, enquanto observavamos uns locais, a comer sem talheres... Com a mão direita, enrolavam o arroz em forma/tamanho de uma bola de ping-pong, e comiam.

Prático e simples...

Ementa do dia:

Chicken Byriani*
e
Arroz com uma asa de galinha


* Byriani - prato tipicamente indiano/paquistanês, servido com arroz, misturado com pedaços de carne, juntando algumas especiarias e muito picante.



Optei pelo "Chicken Byriani", que por sinal estava muito bem servido...Uma porção de arroz que transbordava o prato de sopa, e pelo meio pedaços de galinha. No final do almoço, pedimos a conta: 3 Omr(Omani Rial) que equivale a 30 dhs...Deu 2€ a cada um.


Passadas 4 horas de viagem chegamos ao nosso destino...Muscat - a capital de Omã.




Qaboos Bin Said - The Sultan of Oman


Uma cidade típicamente rural, com casas baixas, imensos espaços verdes, onde em qualquer jardim podia se encontrar vários C. Ronaldo, Messi, Villa, etc...que mostravam as suas habilidades futebolísticas. Aqui, o governante de Omã é denominado de Sultão, diferente do termo utilizado nos Emirados Árabes Unidos. A primeira paragem que fizemos foi a grande mesquita de Muscat, local gigante e em muito bom estado de conservação, onde na entrada principal se encontrava um guarda sentado, que nos proibui de entrar, pois estaria a decorrer as orações da tarde.




A segunda paragem, foi para visitar um antigo forte, construído por antigos navegadores portugueses, numa das passagens por esta terra. Azar, quando um guarda, também nos barrou a entrada, não sabendo este que, outrora o forte teria sido construído por tugas há 500 anos atrás. Depois de umas voltas a pé pela cidade, decidimos encontrar um local para pernoitar. Eis, que surge o Nasseem Hotel.

20 euros/noite

Muitos amigos davam as mãos, em sinal de amizade um pelo outro, passeando junto à marginal, os gatos esfomeados, vagueavam à procura de comida, junto dos restaurantes, o mercado ou sukh cheio de feirantes, e a pequena mesquita que fazia soar mais uma vez o adhan, às 18h30...isto é Muscat.

No dia seguinte, regressavamos ao Dubai.

Próxima saída dos EAU será realizada em junho...Destino, ainda desconhecido, apesar das ideias não faltarem...Bahrain, Yemen, Irão

...who knows...




P.S: Mike, a razão que levou ao despedimento do ex-treinador S.L.B. Toni , do Sharjah F.C. foi porque neste emirado o alcool não é permitido. Grande Abraço...Tankiyuuuu

terça-feira, 28 de abril de 2009

Corda ao pescoço

"A corda ao pescoço"

Hoje, acordamos num país
Colocamos à volta do pescoço a dita cuja
Vamos para o trabalho com a dita cuja
Almoçamos com a dita cuja
Ouvimos, em todo o lado esse maldito termo,
que incomoda meio mundo,
cuja expressão cansada de tantas vezes repetida ganha:
novas formas,
novos contornos
novos 'nós de marinheiro'.

O cheiro a sande de atum, já enjoa
uma nota só e abandonada
preenche um vazio na gaveta do quarto.
Por quantas vezes, já ouvimos dizer
"No poupar é que está o ganho"
as ditas 'colchas do tostão'
aguentam agora o pesar de um corpo
com a dita cuja

...corda ao pescoço...

Faço minhas as palavras de um paquistanês, que outrora, afirmou: "Dubai is money!!!"
Isto poderá ter várias maneiras de interpretação. Numa primeira leitura poderemos dizer que o dubai auto-intitula-se como uma potência exponencial de crescimento.
Mas, pouca gente saberá que, quando bateu a crise por estes lados, quem viria a suportar este pesadelo seria um emirado vizinho: Abu Dhabi, a capital dos EAU, detentora de 94% das reservas de petróleo, o mais 'rico' dos emirados.
Imaginem esta situação acontecer num país como Portugal, onde teriamos Lisboa (Sócrates), ajudando o Norte do País.(Rui Rio)


A segunda leitura que eu faço desta sábia exclamação, é que a maioria das pessoas que vem para o Dubai, é para ganhar dinheiro, pouco ou muito, a oferta ainda é vigente.
Tomemos o exemplo dos filipinos, indianos e paquistaneses, a sociedade escravatizada...Aqueles cuja pele se confunde com a areia do deserto, os lenços que cobrem o rosto que outrora sorria por saber que arranjou trabalho no Dubai, as carrinhas sujas que os trazem e levam aos dormitórios, situados no meio do deserto, onde ficam alojados...tudo ao monte e fé em Alá, sem condições rigorosamente algumas...a temperaturas completamente hostis.

- E quem ganha com isto?

Os locais, que enriquecem os bolsos com as estruturas metálicas que percorrem a cidade.
Onde estão os Direitos do Homem?
E, os europeus e americanos, que aproveitam este emirado como 'Land of Opportunitites', para enraizarem seus negócios, e colocarem bastante ao bolso...tax free, meus amigos.


A terceira, e última leitura é o caso de um estagiário a viver no Dubai, que com o dinheiro que resta, tenta gerir as suas contas agora para os próximos dois meses intensos.
Muitos estagiários, deste programa INOV, espalhados pelo mundo e na mesma situação, apertam agora os cordões à bolsa, pois não irão receber o mês referente a junho, pois já foi pago antecipadamente em Janeiro.
Mas viver com uma nota no bolso, como no tempo do Rui Veloso, nem para cigarros, nem bilhar... se sobrevive no Dubai.

Al Salam.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dinner in the Sky

E julgava eu, muito antes de poisar, que 6 meses iria custar:

...viver num país islâmico...

...olhar para mulheres tapadas...
...trabalhar e não poder desfrutar...
Num àpice, 3 meses passaram e a sensação de estranheza desapareceu. O hábito agora, é mesmo cumprimentar o Hammad, local, e "dono" de 2 dromedários que vendendo-se por 50 dhs permitem às crianças, pais e avós desfrutar de um belo passeio de 15 minutos pelas areias da praia de 'JBR' - Jumeirah Beach Residence'.
Apesar de ver camelos na praia, isso não incomoda muito...O que incomoda é ver "Dinner in the sky".

Um novo conceito de jantar que oferece a todos aqueles que não receiam alturas...Por apenas 250 dhs, ou seja, 50 € poderão ter a oportunidade de um belo jantar numa plataforma içada a 50 metros de altura, equipada de uma cozinha central, com dois chefs, uma bela poltrona individual, um cinto de segurança e uma vista sobre a praia de JBR e Palm Jumeirah.

Dinner in the sky

Enfim, o que é que falta inventarem aqui???

Agradeço a visita de um grande casal, amigos Carolina e Miguel pela sua vinda ao Emirado do Dubai que, sem dúvida, proporcionaram novas aventuras por esta virgem cidade cosmopolita e o update das novidades da minha terrinha Gaia City.

Obrigado pela companhia, pelo jantar de despedida, e um "até já"...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Virgem cidade cosmopolita


Dubai, a virgem cidade cosmopolita esperando alcançar o seu auge aproximadamente daqui a uns 10-15 anos, revertendo a mentalidade daqueles que um dia julgariam que seria eternamente enraízada como uma simples e modesta vila pescatória.

Das restantes cidades limítrofes, ainda restam vestígios daquilo que foi e que, ainda por força de alguns se mantém ainda tradicional, pintando um simples quadro com "cores arábicas". Portanto para todos aqueles que pensam que Emirados Árabes Unidos é apenas retratado por uma imagem de um hotel 7 estrelas ou por uma gigante torre de 800 m, ou até um shopping que alberga no seu interior um "oceanário" autêntico, está redondamente enganado...nos Emirados ainda se pode encontrar muito mais para além disso.


Sendo assim, e como recompensa por estes dois meses aqui passados, recebemos o convite para participar na "Grande Reportagem" da SIC... É verdade caríssimos leitores, não é todos os dias que podemos receber em nossa casa duas grandes celebridades da televisão portuguesa, Miriam Alves jornalista galardoada pela "Grande Reportagem" em " O Balneário" e Jorge Pelicano pela imagem no "Ainda há pastores".


(dedos cruzados para ver se ganham pela reportagem no Dubai)


Entretanto, não revelerarei mais pormenores sobre esta grande entrevista. Só resta agora, aguardarem sentadinhos no sofá até rolar o primeiro "teaser".


Amanhã é dia de viagem...partimos com destino a Oman de modo a obter por mais um mês a nossa estadia por terras arábes.


Mais pormenores sobre esta viagem serão revelados mais à frente.


Como já dizia, aquele boneco da Manga Songoku:


"Não percam o próximo episódio porque nós também não"

domingo, 15 de março de 2009

"Adhan...o som da nova geração"

Nada fazia prever o temível domingo a 8 de Março, aquando às 7:40 toca o despertador para mais um dia de trabalho...Eis que no imo da minha guela, a chamada amigdalite dá sinais de si e em fase de tresloucura tomo um jabasulide, em jejum e rumo à faina.

Meus amigos e amigas foi o dia mais longo da minha vida, de esforço, de dor, e desespero... Os suores eram cada vez maiores e as horas não teimavam a passar para que finalmente chegasse o final de mais um dia laboral.

17h00 - Cambaleando e desnorteado, dirigo-me ao gabinete do meu delegado a dar conhecimento do meu estado de saúde, que por sinal era cada vez mais alarmante.
Saio do escritório, juntamente com os meus colegas de trabalho e salvadores do que se iria passar nos momentos que se seguiram.
Sentimentos:
corpo fraco e extremamente quente.
garganta inflamada
ansiedade iminente
Respiração ofegante

Resultado final: Emirates Hospital.

17h30: Depois de muitas voltas de carro, "Em busca do hospital perdido", eis que dou entrada na sala de triagem com os mesmos sintomas e a necessitar urgentemente de cuidados médicos. Depois do exame geral, mandam me preencher uma ficha de utente com perguntas infindáveis, e eu, mal conseguia segurar na caneta. No final, uma Doutora de Clínica Geral observa o meu comportamento e, assustada, manda-me entrar para a sala de urgências...Uiiiii maldita hora...

(a partir daqui não é aconselhável a leitores com idades inferiores a 18 anos, isto porque eu odeio hospitais, odeio agulhas e abomino batas brancas que carreguem qualquer instrumento pontiagudo)

Deitado na maca, colocam-me logo um cateter no braço esquerdo - "Ahh sua filha da p..." - agoniado e irritado pela primeira espetadela que iria servir para o soro...

De seguida, espetam mais uma agulha, - "FDSSSSS sua filha d p...Por favor mais agulhas, NÃOOO", isto para fazer análises ao sangue.

Passado uma boa meia hora, e como ainda continuava com a febre altíssima (39º), decidiram que teria que levar com uma injecção no dito cujo...a sacrificada foi a minha nádega direita....Bem...

"Inhale...Exhale" - dizia, a enfermeira com a seringa na sua mão direita...

Avizinhava-se momentos de grande dor.

"Now relax your leg muscles..." e subitamente...ZAUUUUUUU...Um rugido de leão ouvia-se no pequeno Emirates Hospital, ao qual nunca mais seria o mesmo desde aquele momento. A mesa que estava do meu lado esquerdo com gazes e uma bacia com àgua voou literalmente...as palavras ordinárias entoavam como ecos infindáveis, e nisto os risos sarcásticos daqueles que me rodeavam, acalmavam um bocado os utentes que sobressaltados esperavam a sua vez para serem chamados...Ainda desconfio que alguns foram embora, assustados com o que se passava na sala de urgèncias. Abandono o local passado 3 horas, completamente anestesiado e bastante melhor.

Obrigado Srs. Enfermeiras por todo o "carinho" prestado.

Enfim e chega assim o final de mais uma aventura em terra de monhés, onde o sol brilha todos os dias e onde o adhan (chamamento entoado de forma melodiosa para a oração diária nas mesquitas) se espalha pelos vários cantos do Dubai.

P.S. Não existe até ao momento registos fotográficos nem vídeos, de um tuga no Emirates Hospital.

segunda-feira, 2 de março de 2009

"Operação tempestade no deserto"

Mais uma vez fica provado aqui, que as surpresas têm sido umas atrás das outras...


Cerca de mil pessoas formam o símbolo lusitano aqui no Dubai, sendo que já fomos a alguns encontros destes mesmos, para matar saudades da nossa língua, das nossas raízes, discutir um pouco sobre o que vai de errado com o nosso querido país e os seus governantes, as mentalidades ingénuas de muitos que pararam no tempo, o processo casa-pia...notícias com efeito bola de neve...enfim...algo que é sempre delicioso de ouvir...o verdadeiro tuga criticando, positivamente e negativamente, a sua terra-mãe.

Numa noite quente como nunca antes vista em Portugal, nem no pico de Verão, encontramo-nos num dos mil Starbucks espalhados pelo Dubai, em concreto no Dubai Marina (palco de grandes atracções), para saborear um bom café e assistir a um "desfile" autêntico de carros luxuosos: Lamborghini's murcielago, Ferraris séries limitadas, Maseratti's, Rolls Royce, Aston Martin's, Audi's R8, em todas as cores possíveis e imaginárias (até prateados), para não falar dos "reles" Mercedes SLK, Hummer's, Porsche's, Mustang's GT, estes sim carros muito banais, por estes lados...eis que fomos convidados, por um dos portugueses que trabalha no Kartódromo do Dubai, para ir assistir no fim de semana ao SpeedCar Series 09, que teria lugar no Dubai Autodrome.

"Sim, claro que sim...vamos com todo o gosto...obrigado, João!" diziamos nós.

Infelizmente não pudemos ir na sexta feira, dia inaugural, devido ao casamento da irmã do Sunil. Mas, sábado por volta da 13h30, estavamos nós a sair de casa, com credenciais ao peito para experienciar algo de novo e surreal (palavra típica por estas bandas).

Bem só para vocês terem uma noção, neste dia estavam 40º graus, e o vento "queimava" a pele...


"Operação tempestade no deserto"

A uns 20 km da nossa casa, completamente isolado situava-se o Dubai Autodrome. Esta zona, albergará futuramente o Dubai Sports Centre, onde já se costuma ver algumas infra-estruturas em construção no meio do deserto.
Chegando lá, entramos como se costuma dizer na gíria portuense: "à patrão"
De credencial ao peito dirigiamo-nos por entre os corredores que davam acesso aos bastidores do autódromo, onde a real animação e o ronco dos motores aqueciam para a corrida final.
Depois de algumas voltas pelo recinto, as garagens das equipas, demos por nós na pista...repito outra vez...estavamos na grelha de partida, alguns minutos antes da partida. Alguns pormenores: cumprimentar pessoalmente os famosos Jean Alesi e Johnny Herbert, tirar fotos com as meninas da poll, sentir o cheiro de borracha queimada da corrida anteriror (motas)...enfim: SURREAL !!!
Não dá para descrever mais...vejam algumas fotos...












Grandes vidas...Grandes momentos...

O convite para assistir ao meu primeiro casamento hindu, foi entregue em mão pelo nosso Business Manager, Mr. Sunil Shanker, cuja irmã/noiva preparar-se-ia para mudar o seu nome para Raddika que pelos vistos, quando alguém hindu se casa o primeiro nome da noiva é alterado consoante o dia de noivado, isto é, existe o género de uma listagem de nomes para o ano todo.

Aí está algo que não se vê todos os dias...

Com este convite teríamos direito a dois dias de celebração: o primeiro dia foi na Terça Feira, 24 de Fevereiro de 09, dia este em que se celebrou a troca de alianças no Four Points Sheraton.
Passo a relatar alguns pormenores que foram captados durante esta cerimónia:

1 - Flores e ramos são desenhados nas mãos da noiva, com tintura de henna, no dia anterior ao casamento. O tamanho e a complexidade dos desenhos indicam o status social da noiva.

1 - A apresentação da familia e amigos. Super simpáticos e atenciosos. Díficil de memorizar os nomes, pois são muito esquisitos do género Yahya.

2 - Em Portugal há a tradição de reservar as mesas do copo de àgua consoante os familiares e os amigos do noivo(a). Neste caso não havia lugares reservados, por isso poderiamos muito bem sentarmo-nos na mesa dos noivos.

3 – Havia um mini palco, onde se encontravam os noivos, sentados em dois tronos e junto a eles os respectivos pais, onde trocam presentes, fios de ouro, pulseiras, um cabaz “Continente”, onde até o famoso Tang se encontrava lá, etc.

4 – De seguida, a madrinha da noiva sobe ao palco e recheia a sala de encantamentos, bençãos sânscritas e rituais milenares, bastante profundo. A meu ver foi algo retirado da banda sonora do filme Indiana Jones e o Templo Perdido.
Enquanto se ouvia estes cânticos que ultrapassavam os limites ordinários, com a ponta dos dedos agarravamos uma parte da camisa e pediamos desejos para a nossa vida. Grande oportunidade para pedir um telemóvel novo, já que o meu tinha ido à vida.

5 – No final, os noivos ergueram-se dos seus belos tronos e dirigiram-se ao canto da sala, onde se encontrava uma mesa com uma imagem do deus “Shiva”( um dos deuses da trindade hindu, ao qual reza a lenda para as mulheres indianas solteiras que isto lhes ajudará a obter um bom marido), onde colocariam o “tilak” (sinal vermelho) entre as duas sobrancelhas, feita com um pó vermelho. Os hindus acreditam ser um dos pontos mais importantes do corpo, o chamado terceiro olho ou o olho da sabedoria, simbolizando a busca pela unificação do consciente e do subconsciente que pode ser conquistada através de meditação. Ao qual se segue, o mesmo procedimento aos familiares mais próximos.

6 – Circundantes em volta do palco fomos “abençoados” com umas gotas de àgua que eram lançadas pela madrinha, como sinal de boa sorte.

7 – Eis que após ter ficado completamente “encharcado”, surge uma hora de dança tradicional da India onde ficaria mais uma vez provado que a chamada música “pimba” não é apenas um ícone lusitano, mas sim internacional.

8 – Após as danças e os rituais, e porque a “fomeca” apertava dirigimo-nos ao salão mais importante: o do jantar. Nada de carne, nem peixe, tudo comida vegetariana, que por acaso estava tudo muito bom.

E dava por terminado o primeiro dia do casamento.

Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 09,

...ou melhor...

...2ª parte...sem direito a prolongamento

Local: Templo Hindu, em Bur Dubai (único no Dubai)

Antes de mais, convém referir que este templo hindu, fica no centro de um pequeníssimo bairro indiano, com lojinhas, cafés, mini-mini-mercados, por trás de uma mesquita. (local de culto para os seguidores do islamismo, onde através de alto-falantes, aproveitam para fazer chegar mais facilmente aos fiéis a voz do muezim, que os chama para as cinco orações diárias). O que torna o ambiente um pouco mórbido, para quem está prestes a casar-se num templo hindu.

Mal chegamos ao templo, barraram-nos a entrada pois não permitiriam que entrassemos calçados. Dirigimo-nos então, ao local onde iriamos deixar os nossos sapatos. Uma pequena praça, não mais que 8 metros quadrados, encontrava-se uma sapateira em madeira, onde daria para colocar uns 200 sapatos. Aí está, pézinhos ao léu, e sapatos no sítio...estavamos aptos para entrar no local sagrado.

Subindo a primeira escadaria, entramos num sala em condições lastimáveis, e um cheiro que parecia ser urina, onde encontramos pessoas esticadas e deitadas de barriga para baixo a rezar a um deus. Cada um, tem um deus/guru preferido, e sendo assim dirigem-se às suas imagens e prestam as suas orações.



Após uma longa espera eis que surgem os noivos e os familiares, que por esta altura, já nos conheciam e assim saudamos os noivos por este marco nas suas vidas. O noivo e a noiva vestem um traje apropriado com um colar de flores gigante, quase tocando os seus pés. A noiva apresenta as mãos desenhadas com flores e ramos, com tintura de henna (o tamanho e a complexidade dos desenhos indicam o status social da noiva).

Eis que subimos mais uma escadaria, desta vez para dar entrada no templo. Onde mais uma vez teriamos que cumprir mais um ritual...a colocação de um pano que cobriria a nossa cabeça.

Entrando no templo esta era a imagem:





Sentados nas alas do corredor central, assistiamos então à celebração do casamento.

No final do casamento, dirigimo-nos para ir buscar os sapatos que ficaram fora do templo. Surpresa das surpresas, já não estava lá a sapateira e, tinham colocado todos os sapatos amontoados, no chão...Grande bagunça...nisto, uma ratazana cruza o nosso caminho enfiando-se para dentro de um buraco...uma imagem um pouco desagradável, pouco antes de irmos almoçar a casa do Sunil Shanker, imão da noiva.
Mal chegamos a casa do Sunil para um almoço fraternal, num apartamento nos arredores de Bur Dubai, reparamos que o corredor para a porta do apartamento dele, estava em todo o seu percurso, enfeitado com luzes e flores.
E mais uma vez, como era de esperar, outra vez comida vegetariana muito condimentada, mas desta vez a acompanhar com umas cervejinhas Heinekken.

E foi este o glorioso dia de casamento, com a despedida dos noivos para a India, para a famosa lua de mel.

Grandes vidas...Grandes momentos...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Work&Pleasure

Salamalecum

Os fins de semana passam a correr...
Para quem não sabe, a semana aqui começa ao domingo e termina à quinta-feira...o que ainda continua a ser muito doloroso para mim, quando vejo que tenho que levantar da cama a um domingo,tipicamente dia santo em Portugal, às 07:45 da manhã, para ir aturar 3 pessoas, e passo a citar uma a uma:

-Madu (office boy) - um indiano, puro e muito boa pessoa, que só diz "bom dia", "Trii cofiz?" (Three coffees) e "I bring". Um rapaz com 23 anos, nubente e sempre sorridente, que só falta mesmo fazer mortais para trás, enquanto vai buscar os cafés e o almoco ao Nando's (restaurante português, mas esqueceram-se de incluir no menu, por exemplo: o bacalhauzinho, a francesinha, uma dobradinha à moda do Porto, etc...portanto, de típico, só mesmo o nome)

-Sunil Shanker o nosso Business Manager, que já apelidamos de "Mr. Google", é incrivel pois este homem se quiser saber o numero, morada ou quantos gatos tem um director de uma empresa qualquer, coloca o nome que procura no Google e depois...tecla "ENTER". E, vira se para mim e diz: "See, Tiago Google is our friend"...e eu penso...aí está...fiz mais um amigo nesta terra de monhés.

E guardo para último a personagem, que é o nosso director: um homem culto, experiente, viajado, simpático, piadolas, mas ainda não percebi, que quando quer enviar um email a alguém nunca sabe o que dizer...então o seu melhor amigo chama-se dicionário da Língua Portuguesa, 12ª edição. Ora aí está, temos um que quando não sabe como se chama o cão do Sheik vai ao Google...o outro quando não sabe enviar e mails, vai ao dicionário. Enfim há tanta coisa para descrever do homem que eu tenho medo, que às tantas se escrevo mais alguma coisa neste blog, sou apanhado pelo "Mr.Google".

Hoje, está um calor abrasador...e só estamos em Fevereiro, imagino daqui a um ou dois meses.
A piscina já é ritual todas as manhãs, onde coloco em prática os 11 anos de natação. De seguida, o pequeno almoço de campeões e zumba...praia, mais concretamente, Jumeira Beach, dito desta maneira até parece fantástico e se calhar é mesmo, porque fica colada ao Burj Al Arab (hotel 7 estrelas), que se quisermos damos meia dúzia de braçadas e estás a entrar à socapa, para almoçar com o sheik. A água do mar é quase como as àguas portuguesas, mas com umas alterações na temperatura e na ondulação.
Nisto tudo, há algo indipensável que toda a gente leva para a praia...uma bolazinha qualquer...seja de plástico, de ténis, um berlinde... Mas infelizmente nós não levamos, aliás nem temos. Mas no entanto, falamos com uns marroquinos e uns franceses que instantaneamente convidaram nos para fazer uma joga na praia...Bem...palavras mágicas! Pena foi os mini búzios que arrebentaram os nossos pés. Infelizmente, perdemos... mas fomos muito roubadinhos!

Termino com uma noticia desanimadora, que foi a perda do meu telemóvel, que tanto estimava, na quinta feira à noite, quando voltava da discoteca Zinc, de táxi. Digo-vos uma coisa, os táxis aqui cheiram muito bem. Eu dizia que o cheiro a catinga é intenso, mas cheiro de monhé é qualquer coisa de assustador. Ás tantas foi o desespero de sair do táxi, o mais rápido possível, que fez com que deixasse lá ficar o meu tlm.

Enfim..."Só tu, Tiago!", dizem vocês.

Al Salam

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Chi

Aleluia!

Eis que encontramos o "Chi", após várias paragens pela cidade, após ter falado com taxistas em andamento, e até mesmo questionar os guardas da residência ou palácio del Sheik Bin Rashid, como lhe queiram chamar...

E perceber o que eles dizem?

Misturam o arabe com o indiano e o inglês...Não tarda muito, estamos todos nós a falar com o mesmo sotaque...


Pulando um pouco, à frente...e chegados à entrada do chi, ao qual vos digo que só para entrar são 100dhs (20€), imaginem só como náo deve ser lá dentro...Eis a minha pontuação:


Ambiente: 10

Música: 10

Atendimento: 10 - sim, porque ter raparigas com garrafas à cintura prontas a encher o copo, a qualquer altura...ui ui ui

Espaço:10


No final, eis que damos por nós, pleno dia dos namorados, dentro de um jeep Lexus a ir para uma after party (normalíssimo, quando acabam as festas) a convite de umas raparigas que conhecemos dentro do Chi, enquanto dançavamos freneticamente ao som de Nirvana - "Smells like a teen spirit".

Chegando a casa delas, começaram a colocar à nossa disposição, todo o alcool que tinham no bar: vodka, whisky, vinho tinto e até Mateus Rosé...e isto durou até ao raiar do sol...

"Welcome to Dubai...Hope to see you again"diziam elas.







Com certeza, mais after parties virão e mais contactos angariaremos.


Obrigado INOV!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Meia Volta...Volver

É impressão minha ou ja passou algum tempo...1 mês? Almost...

Esta viagem corre a mil à hora e o depósito é coisa que não é preocupante, pelo menos em terras onde os ditos "sheiks", são colocados em placards com uma cara muito triste, e com pelicanos em pano de fundo...Por 10 euros enchemos o depósito do nosso super yaris,
"quitado" que não dá mais de 120 kmh, porque senão buzina por todo o lado...e se isso acontece...deportados, para além de que pagamos "saliks" sempre que "nadamos" nas 7 pistas da sheik zayed road.

Fomos convidados para uma grande festarola...O casamento da irma do Sunil Shanker, o nosso Bussiness Development Manager, que em termos de duraçã0, é quase como casamento cigano...Difere em apenas um dia.

Agora expliquem-me o que é um casamento sem alcool... Bebida de Paquistanês: Chá com Leite.

Focos...e focos cruzam a noite estrelada e apontam na direcção do céu será o caminho para o "Chi - The Lodge" discoteca mítica, pela qual ansiavamos encontrar esta noite???

Dois guardas fardados a rigor e armados barram a entrada e perguntamos nós: "Onde viemos parar???"

"This is the Palace...Sheik Mohammed Bin Rashid...Ruler of Dubai"...says, one of the guards.

Incrivel...mais uma vez... SURREAL


Meia volta volver...esse é o caminho a seguir!!!

Until next time my good people!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Still Waiting

A aventura comeca....

Dentro de 10 dias precisamente estarei a pousar o pe direito no Dubai.

A ansiedade e muita e ja comeca a sentir se ao meu redor... A familia, os amigos, o gato...As fotografias mentais nao param de aumentar...os telefonemas a combinar ultimos encontros, a alegria e as lagrimas tomam conta de mim.

A ver vamos... E mais nao direi...

Salamalecum