quarta-feira, 29 de abril de 2009

Next Stage: "who knows..."

Para qualquer cidadão estrangeiro com visto de turista (30 dias) a viver e/ou trabalhar no dubai, deverá sair e entrar novamente nos emirados. Em virtude de tal acontecimento, e visto passar por esta situação chata, abandonei esta terra arábica e planeamos ir até Omã, mais precisamente Muscat.

27.03.2009 - Road trip: o'Man...


Aproveitando o fim de semana, arrancamos logo pela manhã, bem cedinho, ainda com a remela no olho, da noite anterior.



5 longas horas...140 km/h...e 35º graus à sombra.

A saída do Dubai foi um pouco estranha, pois iriamos deixar para trás, a monstruosidade e envergadura dos seus emblemáticos edifícios, para um contraste paisagístico rodeado de montanhas e montanhas...Por momentos, fez recordar as viagens que fazia quando era miúdo na estrada velha que ligava o Fundão ao Ninho do Açôr, uma pequena aldeia a 20 km de Castelo Branco, embora se registe algumas pequenas diferenças:

  • a estrada era aos "S's" e não se avistavam camelos
1º Checkpoint: com apenas uma hora e meia de viagem entramos no território de Oman. Mais uns carimbos/hieróglifos a juntar ao meu passaporte.

Após tratarmos da papelada toda correspondente à entrada em Oman...seguimos viagem com um nó no estômago...A fome apertava e era urgente parar no primeiro tasco que surgisse.

E assim foi...Paramos num restaurante/churrascaria/ snack bar, à face da estrada...Entramos, encostamo-nos a um canto, enquanto observavamos uns locais, a comer sem talheres... Com a mão direita, enrolavam o arroz em forma/tamanho de uma bola de ping-pong, e comiam.

Prático e simples...

Ementa do dia:

Chicken Byriani*
e
Arroz com uma asa de galinha


* Byriani - prato tipicamente indiano/paquistanês, servido com arroz, misturado com pedaços de carne, juntando algumas especiarias e muito picante.



Optei pelo "Chicken Byriani", que por sinal estava muito bem servido...Uma porção de arroz que transbordava o prato de sopa, e pelo meio pedaços de galinha. No final do almoço, pedimos a conta: 3 Omr(Omani Rial) que equivale a 30 dhs...Deu 2€ a cada um.


Passadas 4 horas de viagem chegamos ao nosso destino...Muscat - a capital de Omã.




Qaboos Bin Said - The Sultan of Oman


Uma cidade típicamente rural, com casas baixas, imensos espaços verdes, onde em qualquer jardim podia se encontrar vários C. Ronaldo, Messi, Villa, etc...que mostravam as suas habilidades futebolísticas. Aqui, o governante de Omã é denominado de Sultão, diferente do termo utilizado nos Emirados Árabes Unidos. A primeira paragem que fizemos foi a grande mesquita de Muscat, local gigante e em muito bom estado de conservação, onde na entrada principal se encontrava um guarda sentado, que nos proibui de entrar, pois estaria a decorrer as orações da tarde.




A segunda paragem, foi para visitar um antigo forte, construído por antigos navegadores portugueses, numa das passagens por esta terra. Azar, quando um guarda, também nos barrou a entrada, não sabendo este que, outrora o forte teria sido construído por tugas há 500 anos atrás. Depois de umas voltas a pé pela cidade, decidimos encontrar um local para pernoitar. Eis, que surge o Nasseem Hotel.

20 euros/noite

Muitos amigos davam as mãos, em sinal de amizade um pelo outro, passeando junto à marginal, os gatos esfomeados, vagueavam à procura de comida, junto dos restaurantes, o mercado ou sukh cheio de feirantes, e a pequena mesquita que fazia soar mais uma vez o adhan, às 18h30...isto é Muscat.

No dia seguinte, regressavamos ao Dubai.

Próxima saída dos EAU será realizada em junho...Destino, ainda desconhecido, apesar das ideias não faltarem...Bahrain, Yemen, Irão

...who knows...




P.S: Mike, a razão que levou ao despedimento do ex-treinador S.L.B. Toni , do Sharjah F.C. foi porque neste emirado o alcool não é permitido. Grande Abraço...Tankiyuuuu

terça-feira, 28 de abril de 2009

Corda ao pescoço

"A corda ao pescoço"

Hoje, acordamos num país
Colocamos à volta do pescoço a dita cuja
Vamos para o trabalho com a dita cuja
Almoçamos com a dita cuja
Ouvimos, em todo o lado esse maldito termo,
que incomoda meio mundo,
cuja expressão cansada de tantas vezes repetida ganha:
novas formas,
novos contornos
novos 'nós de marinheiro'.

O cheiro a sande de atum, já enjoa
uma nota só e abandonada
preenche um vazio na gaveta do quarto.
Por quantas vezes, já ouvimos dizer
"No poupar é que está o ganho"
as ditas 'colchas do tostão'
aguentam agora o pesar de um corpo
com a dita cuja

...corda ao pescoço...

Faço minhas as palavras de um paquistanês, que outrora, afirmou: "Dubai is money!!!"
Isto poderá ter várias maneiras de interpretação. Numa primeira leitura poderemos dizer que o dubai auto-intitula-se como uma potência exponencial de crescimento.
Mas, pouca gente saberá que, quando bateu a crise por estes lados, quem viria a suportar este pesadelo seria um emirado vizinho: Abu Dhabi, a capital dos EAU, detentora de 94% das reservas de petróleo, o mais 'rico' dos emirados.
Imaginem esta situação acontecer num país como Portugal, onde teriamos Lisboa (Sócrates), ajudando o Norte do País.(Rui Rio)


A segunda leitura que eu faço desta sábia exclamação, é que a maioria das pessoas que vem para o Dubai, é para ganhar dinheiro, pouco ou muito, a oferta ainda é vigente.
Tomemos o exemplo dos filipinos, indianos e paquistaneses, a sociedade escravatizada...Aqueles cuja pele se confunde com a areia do deserto, os lenços que cobrem o rosto que outrora sorria por saber que arranjou trabalho no Dubai, as carrinhas sujas que os trazem e levam aos dormitórios, situados no meio do deserto, onde ficam alojados...tudo ao monte e fé em Alá, sem condições rigorosamente algumas...a temperaturas completamente hostis.

- E quem ganha com isto?

Os locais, que enriquecem os bolsos com as estruturas metálicas que percorrem a cidade.
Onde estão os Direitos do Homem?
E, os europeus e americanos, que aproveitam este emirado como 'Land of Opportunitites', para enraizarem seus negócios, e colocarem bastante ao bolso...tax free, meus amigos.


A terceira, e última leitura é o caso de um estagiário a viver no Dubai, que com o dinheiro que resta, tenta gerir as suas contas agora para os próximos dois meses intensos.
Muitos estagiários, deste programa INOV, espalhados pelo mundo e na mesma situação, apertam agora os cordões à bolsa, pois não irão receber o mês referente a junho, pois já foi pago antecipadamente em Janeiro.
Mas viver com uma nota no bolso, como no tempo do Rui Veloso, nem para cigarros, nem bilhar... se sobrevive no Dubai.

Al Salam.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dinner in the Sky

E julgava eu, muito antes de poisar, que 6 meses iria custar:

...viver num país islâmico...

...olhar para mulheres tapadas...
...trabalhar e não poder desfrutar...
Num àpice, 3 meses passaram e a sensação de estranheza desapareceu. O hábito agora, é mesmo cumprimentar o Hammad, local, e "dono" de 2 dromedários que vendendo-se por 50 dhs permitem às crianças, pais e avós desfrutar de um belo passeio de 15 minutos pelas areias da praia de 'JBR' - Jumeirah Beach Residence'.
Apesar de ver camelos na praia, isso não incomoda muito...O que incomoda é ver "Dinner in the sky".

Um novo conceito de jantar que oferece a todos aqueles que não receiam alturas...Por apenas 250 dhs, ou seja, 50 € poderão ter a oportunidade de um belo jantar numa plataforma içada a 50 metros de altura, equipada de uma cozinha central, com dois chefs, uma bela poltrona individual, um cinto de segurança e uma vista sobre a praia de JBR e Palm Jumeirah.

Dinner in the sky

Enfim, o que é que falta inventarem aqui???

Agradeço a visita de um grande casal, amigos Carolina e Miguel pela sua vinda ao Emirado do Dubai que, sem dúvida, proporcionaram novas aventuras por esta virgem cidade cosmopolita e o update das novidades da minha terrinha Gaia City.

Obrigado pela companhia, pelo jantar de despedida, e um "até já"...