Nada fazia prever o temível domingo a 8 de Março, aquando às 7:40 toca o despertador para mais um dia de trabalho...Eis que no imo da minha guela, a chamada amigdalite dá sinais de si e em fase de tresloucura tomo um jabasulide, em jejum e rumo à faina.
Meus amigos e amigas foi o dia mais longo da minha vida, de esforço, de dor, e desespero... Os suores eram cada vez maiores e as horas não teimavam a passar para que finalmente chegasse o final de mais um dia laboral.
17h00 - Cambaleando e desnorteado, dirigo-me ao gabinete do meu delegado a dar conhecimento do meu estado de saúde, que por sinal era cada vez mais alarmante.
Saio do escritório, juntamente com os meus colegas de trabalho e salvadores do que se iria passar nos momentos que se seguiram.
Sentimentos:
corpo fraco e extremamente quente.
garganta inflamada
ansiedade iminente
Respiração ofegante
Resultado final: Emirates Hospital.
17h30: Depois de muitas voltas de carro, "Em busca do hospital perdido", eis que dou entrada na sala de triagem com os mesmos sintomas e a necessitar urgentemente de cuidados médicos. Depois do exame geral, mandam me preencher uma ficha de utente com perguntas infindáveis, e eu, mal conseguia segurar na caneta. No final, uma Doutora de Clínica Geral observa o meu comportamento e, assustada, manda-me entrar para a sala de urgências...Uiiiii maldita hora...
(a partir daqui não é aconselhável a leitores com idades inferiores a 18 anos, isto porque eu odeio hospitais, odeio agulhas e abomino batas brancas que carreguem qualquer instrumento pontiagudo)
Deitado na maca, colocam-me logo um cateter no braço esquerdo - "Ahh sua filha da p..." - agoniado e irritado pela primeira espetadela que iria servir para o soro...
De seguida, espetam mais uma agulha, - "FDSSSSS sua filha d p...Por favor mais agulhas, NÃOOO", isto para fazer análises ao sangue.
Passado uma boa meia hora, e como ainda continuava com a febre altíssima (39º), decidiram que teria que levar com uma injecção no dito cujo...a sacrificada foi a minha nádega direita....Bem...
"Inhale...Exhale" - dizia, a enfermeira com a seringa na sua mão direita...
Avizinhava-se momentos de grande dor.
"Now relax your leg muscles..." e subitamente...ZAUUUUUUU...Um rugido de leão ouvia-se no pequeno Emirates Hospital, ao qual nunca mais seria o mesmo desde aquele momento. A mesa que estava do meu lado esquerdo com gazes e uma bacia com àgua voou literalmente...as palavras ordinárias entoavam como ecos infindáveis, e nisto os risos sarcásticos daqueles que me rodeavam, acalmavam um bocado os utentes que sobressaltados esperavam a sua vez para serem chamados...Ainda desconfio que alguns foram embora, assustados com o que se passava na sala de urgèncias. Abandono o local passado 3 horas, completamente anestesiado e bastante melhor.
Obrigado Srs. Enfermeiras por todo o "carinho" prestado.
Enfim e chega assim o final de mais uma aventura em terra de monhés, onde o sol brilha todos os dias e onde o adhan (chamamento entoado de forma melodiosa para a oração diária nas mesquitas) se espalha pelos vários cantos do Dubai.
P.S. Não existe até ao momento registos fotográficos nem vídeos, de um tuga no Emirates Hospital.
domingo, 15 de março de 2009
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Eu também andava aqui a chocar uma amigdalite... Curei-me à moda antiga: afoguei-a em vodka e tequila. Nunca mais deu sinal de vida!
ResponderEliminarJá sei como te ameaçar!!!
ResponderEliminarVou dizer que te levo a levar uma pica, como quando era baby, e assim já te portas bem, glup
Fuogo! Ainda bem q ñ tenho amigdalas, carago!
ResponderEliminarLoool!
Tá lindo!
Sofreu o rapazinho...
ResponderEliminarUm tuga num hospital mete sempre respeito!
ResponderEliminarAposto que um dia destes tens lá um placa a dizer:
"Aqui Tiago Tintas mostrou o rabinho"
As melhoras Sr. Tintas!
Abraço
Estes comentários do "pobre rapazinho", de "curas milagrosas com vodka", de "ameaças com agulhas" é tudo muito bonito quando não calha a um de vós. Por acaso, agora que passou esta situação acho cómico o "estardalhaço" que fiz no hospital, pois a semana seguinte um amigo daqui também ficou doente e dirigimo-nos ao mesmo hospital e por coicidencia das coincidencias a enfermeira que cuidou de mim, reconhecendo a minha cara, disse: " Look, the boy who cried", eu: "Não, não, eu não chorei, apenas disse algumas palavras ordinárias em português".
ResponderEliminarObg a todos pelo apoio moral...ahahaha
Cps