domingo, 15 de março de 2009

"Adhan...o som da nova geração"

Nada fazia prever o temível domingo a 8 de Março, aquando às 7:40 toca o despertador para mais um dia de trabalho...Eis que no imo da minha guela, a chamada amigdalite dá sinais de si e em fase de tresloucura tomo um jabasulide, em jejum e rumo à faina.

Meus amigos e amigas foi o dia mais longo da minha vida, de esforço, de dor, e desespero... Os suores eram cada vez maiores e as horas não teimavam a passar para que finalmente chegasse o final de mais um dia laboral.

17h00 - Cambaleando e desnorteado, dirigo-me ao gabinete do meu delegado a dar conhecimento do meu estado de saúde, que por sinal era cada vez mais alarmante.
Saio do escritório, juntamente com os meus colegas de trabalho e salvadores do que se iria passar nos momentos que se seguiram.
Sentimentos:
corpo fraco e extremamente quente.
garganta inflamada
ansiedade iminente
Respiração ofegante

Resultado final: Emirates Hospital.

17h30: Depois de muitas voltas de carro, "Em busca do hospital perdido", eis que dou entrada na sala de triagem com os mesmos sintomas e a necessitar urgentemente de cuidados médicos. Depois do exame geral, mandam me preencher uma ficha de utente com perguntas infindáveis, e eu, mal conseguia segurar na caneta. No final, uma Doutora de Clínica Geral observa o meu comportamento e, assustada, manda-me entrar para a sala de urgências...Uiiiii maldita hora...

(a partir daqui não é aconselhável a leitores com idades inferiores a 18 anos, isto porque eu odeio hospitais, odeio agulhas e abomino batas brancas que carreguem qualquer instrumento pontiagudo)

Deitado na maca, colocam-me logo um cateter no braço esquerdo - "Ahh sua filha da p..." - agoniado e irritado pela primeira espetadela que iria servir para o soro...

De seguida, espetam mais uma agulha, - "FDSSSSS sua filha d p...Por favor mais agulhas, NÃOOO", isto para fazer análises ao sangue.

Passado uma boa meia hora, e como ainda continuava com a febre altíssima (39º), decidiram que teria que levar com uma injecção no dito cujo...a sacrificada foi a minha nádega direita....Bem...

"Inhale...Exhale" - dizia, a enfermeira com a seringa na sua mão direita...

Avizinhava-se momentos de grande dor.

"Now relax your leg muscles..." e subitamente...ZAUUUUUUU...Um rugido de leão ouvia-se no pequeno Emirates Hospital, ao qual nunca mais seria o mesmo desde aquele momento. A mesa que estava do meu lado esquerdo com gazes e uma bacia com àgua voou literalmente...as palavras ordinárias entoavam como ecos infindáveis, e nisto os risos sarcásticos daqueles que me rodeavam, acalmavam um bocado os utentes que sobressaltados esperavam a sua vez para serem chamados...Ainda desconfio que alguns foram embora, assustados com o que se passava na sala de urgèncias. Abandono o local passado 3 horas, completamente anestesiado e bastante melhor.

Obrigado Srs. Enfermeiras por todo o "carinho" prestado.

Enfim e chega assim o final de mais uma aventura em terra de monhés, onde o sol brilha todos os dias e onde o adhan (chamamento entoado de forma melodiosa para a oração diária nas mesquitas) se espalha pelos vários cantos do Dubai.

P.S. Não existe até ao momento registos fotográficos nem vídeos, de um tuga no Emirates Hospital.

6 comentários:

  1. Eu também andava aqui a chocar uma amigdalite... Curei-me à moda antiga: afoguei-a em vodka e tequila. Nunca mais deu sinal de vida!

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  2. Já sei como te ameaçar!!!

    Vou dizer que te levo a levar uma pica, como quando era baby, e assim já te portas bem, glup

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  3. Fuogo! Ainda bem q ñ tenho amigdalas, carago!

    Loool!

    Tá lindo!

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  4. Um tuga num hospital mete sempre respeito!

    Aposto que um dia destes tens lá um placa a dizer:

    "Aqui Tiago Tintas mostrou o rabinho"

    As melhoras Sr. Tintas!
    Abraço

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  5. Estes comentários do "pobre rapazinho", de "curas milagrosas com vodka", de "ameaças com agulhas" é tudo muito bonito quando não calha a um de vós. Por acaso, agora que passou esta situação acho cómico o "estardalhaço" que fiz no hospital, pois a semana seguinte um amigo daqui também ficou doente e dirigimo-nos ao mesmo hospital e por coicidencia das coincidencias a enfermeira que cuidou de mim, reconhecendo a minha cara, disse: " Look, the boy who cried", eu: "Não, não, eu não chorei, apenas disse algumas palavras ordinárias em português".

    Obg a todos pelo apoio moral...ahahaha

    Cps

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